A popularidade dos home theaters , hoje, marca o quão profunda foi a revolução no cinema em casa. Já faz algum tempo que fitas de vídeo-cassete deixaram de ser usadas no dia a dia de quem gosta de filmes, dando lugar primeiro aos DVDs e, mais recentemente, aos Blu-Rays.
Mas a mídia que contém o filme não foi a única a mudar. Antes, nos contentávamos com o antigo vídeo-cassete ligado na TV de tubo CRT - que oferecia, além de uma definição de imagem horrível para os padrões de hoje, um som pífio, metálico, fanhoso, vindo dos alto-falantes do próprio televisor.
Como bem apontou o jornalista Paulo Francis, falecido antes da popularização dos home theaters, o som na televisão sempre foi uma vergonha. Mas essa experiência visual e sonora ganhou força extra e categoria de verdadeiro cinema em casa com a chegada desses aparelhos, que reúnem som e imagem de qualidade, possivelmente ambos em alta definição . Hoje em dia, os home theaters já são inclusive capazes de fornecer um sinal já otimizado para se conectar, por uma porta HDMI, à sua TV de LCD ou Plasma de grandes dimensões.
A evolução dos home theaters
Para saber como escolher um home theater, é necessário conhecer um pouco da historia do cinema em casa. Embora já existissem vídeo-cassetes “Hi-Fi” nos anos de 1980, não era muito fácil conectá-los ao conjunto de som “da sala” para ver filmes em volume mais alto e com a música, efeitos sonoros e explosões em toda a sua glória.
Para remediar isso, os fabricantes começaram a produzir conjuntos já integrados de caixas acústicas, DVD player, subwoofer e amplificadores, tudo no mesmo produto. Foram introduzidos no mercado lá pelo final da década de 1990.
Mas foi na segunda metade da década seguinte que os home theaters começaram a realmente ficar populares, sendo que hoje é possível comprar um conjunto completo por menos de R$ 500 - como o HT-D350K/ZD da Samsung.
Os componentes de um conjunto de home theater
Caixas acústicas - ou de som - todo mundo sabe o que são, mas e quanto às outras partes tão importantes de um home theater? Subwoofer, receiver, amplificador? O que é tudo isso? Algumas informações são bem importantes na hora de comprar um destes conjuntos.
Uma das principais características dos aparelhos de home theater é a grande quantidade de componentes separados, o que pode causar alguma estranheza a quem não está acostumado. As diversas caixas de som, o subwoofer, o DVD/Blu-Ray player, o amplificador; tudo isso deve estar bem configurado e adaptado para a sua sala.
O receiver do home theater
O receiver é o componente central, responsável por interligar e controlar todos os outros componentes, distribuindo os sinais de vídeo e som de forma adequada.
Este dispositivo se liga à televisão, às caixas de som e ao subwoofer, garantindo o equilíbrio sonoro entre eles. Dentro do receiver podemos ter - ou não - um aparelho de DVD ou Blu-Ray integrado. Também dentro do receiver temos os amplificadores, um para cada caixa acústica, o que garante bastante potência e qualidade sonora.
Os receivers que não possuem DVD ou Blu-ray integrados costumam, inclusive, ser mais caros e sofisticados porque permitem a ligação de inúmeras fontes de sinal - áudio e vídeo -, além de mais de uma TV, e controlar todas elas.
Alguns receivers, como o do home theater BDV-E970W, da Sony, possuem até seu próprio sintonizador de rádio FM e TV digital, além de acessar a internet para ver conteúdo diretamente da rede. Para completar, o BDV-E970W possui Blu-Ray player compatível com 3D, 5 canais de áudio, 850 W de potência “RMS” total e saída HDMI.
Caixas satélites e surround sound
Outra característica dos home theaters é seu sistema de som envolvente, o famoso 5.1, ou Surrond Sound. Os números 5 e 1 estão relacionados com a quantidade de canais de áudio que o sistema possui; neste caso, aparelhos 5.1 possuem cinco canais de áudio para as caixas satélites e um para o grave, ou seja, o subwoofer.
Os cinco canais de áudio do sistema 5.1 constituem o que se costuma chamar de surround sound, ou som ambiental em três dimensões. Em vez de duas caixas acústicas (esquerda e direita) do som em estéreo, o som surround usa cinco caixas para posicionar o ouvinte dentro do ambiente sonoro. Como ficam em torno do ouvinte, são chamadas de caixas satélites.
Assim, diferente do som estéreo, no qual o som parece vir sempre da frente, no sistema surround o som pode vir de qualquer lugar ao redor do ouvinte.
Há outros arranjos de caixas de som: sistemas 2.1 (estéreo com subwoofer) e 7.1 para HTs de alto desempenho. Alguns ainda falam em sistemas 2.0 (estéreo sem subwoofer) e 4.0 (quadrafônico), mais antigos. Os sistemas estéreo (2.0 e 2.1) não podem ser considerados surround, ou envolventes. Com eles, você não “entra” no filme.
Para que o efeito se faça sentir, as cinco caixas têm de estar dispostas de forma correta: uma central, logo abaixo da TV, duas laterais frontais (esquerda e direita) nos cantos correspondentes da sala, e duas laterais traseiras (ou “surround”, como marcado em alguns sistemas) que devem ser colocadas nos cantos da parede oposta à TV.
Então, aí vai a dica: de nada adianta comprar um home theater e deixar as caixas todas juntinhas embaixo da TV. Você precisa, necessariamente, distribuí-las pela sala.
Subwoofer
O subwoofer é um dos mais famosos dispositivos de home theaters, ainda que pouca gente saiba realmente o que ele faz. Ele é o responsável pelos sons mais graves dos filmes e músicas.
Mas o que são graves? São aqueles sons “grossos”, “retumbantes”, normalmente associado a coisas grandes nas cenas. Por exemplo, num vídeo com um show de música, os sons graves vêm dos contrabaixos, dos bumbos e dos tímpanos. Num filme de guerra ou de ação, as explosões estão cheias de sons graves.
São esses sons que o subwoofer precisa reproduzir - e é por isso que você precisa de um, já que nem os alto-falantes da TV nem as caixas satélite conseguem reproduzir sons de explosão com eficiência.
Um subwoofer pode ser tanto ativo quanto passivo. A diferença é que o ativo possui um amplificador integrado (dentro da caixa) e o passivo necessita de um amplificador externo, que pode estar dentro do receiver (mas nem sempre! Preste atenção antes de comprar!).
Como escolher o home theater ideal para a sua sala
Assim como com os computadores, você pode montar o seu home theater peça por peça, comprando separadamente caixas de som, subwoofer, amplificador, DVD Player, cabos, suportes e montar tudo em sua sala, de acordo com o que você acha melhor. Entretanto, muitas vezes é mais simples comprar todo o conjunto pronto, montado pelo próprio fabricante, os chamados de all-in-one, ou in a box.
As duas opções possuem suas vantagens e desvantagens, claro. Montando você mesmo, é possível escolher as melhores marcas para cada componente, respeitando a compatibilidade entre eles. Por outro lado, é inegável que seja extremamente mais simples comprar o conjunto fechado, o que lhe dá a certeza que de que você está comprando todos os acessórios que irá precisar.
Potência dos amplificadores do home theater
Basicamente, quanto maior a potência, maior é o alcance do som. Em outras palavras, para ambientes grandes, é melhor escolher um aparelho com maior potência do que para ambientes pequenos.
Mesmo que você vá ouvir sempre em volume baixo, mais potência significa mais qualidade de som, porque o amplificador vai trabalhar mais folgado. Potência é o que não falta, por exemplo, ao Samsung HT-D5500K/ZD, que possui Blu-Ray player 3D e estonteantes 1.000 W de potência - quase um show de rock na sua sala!
A potência é medida em Watts, mas tem uma pegadinha aí. Compare sempre a potência média (às vezes chamada erroneamente de RMS) dos amplificadores de diferentes marcas. Não use o padrão PMPO de potência, porque não há padrão entre os fabricantes. A potência em “Watts RMS” é a única padronizada e, portanto, a única correta - mesmo que ela pareça menor, é ela a potência “certa”.
É claro que quanto maior a potência dos aparelhos (em Watts “RMS”...), maior também é seu preço.
DVDs, Blu-rays, CDs, MP3...
A compatibilidade de discos e tipos de arquivos e serviços é importante para seu uso. Atualmente, é comum encontrar players com suporte a inúmeros tipos de vídeo (DVD, Blu-Ray, VCD, arquivos MPEG, AVI e DivX) e de áudio (CD, SACD, arquivos MP3, AIFF, WAV, OGG...).
No caso de arquivos, eles podem ser lidos tanto em mídias gravadas (CDs, DVDs) como em pendrives USB e cartões de memória. Sempre verifique esse tipo de compatibilidade quando for comprar um home theater.
Além disso, hoje já é bastante comum encontrar aparelhos com a função ripping, que permite extrair faixas de áudio de CDs diretamente no player e gravá-las em outro CD ou em um pendrive.
Outra função de bastante sucesso (especialmente no Brasil) é o recurso Karaokê - função que é executada magistralmente pelo modelo Fama 240, da Britânia, que custa cerca de R$ 300.
Wireless, ou “mamãe não quer fios pela sala”
Uma característica mais recente dos home theaters e que merece especial atenção é a ausência de fios, ou o famoso wireless. É claro que estes equipamentos são mais caros que os tradicionais (com fios), mas proporcionam uma grande vantagem: não ter fios por toda a sala!
Um exemplo de home theater com caixas wireless é o LG HT805THW. Além disso, o conjunto tem também saída HDMI, função Karaokê, rádio AM/FM e entrada USB.
High Definition, ou Alta Definição
Com a chegada das televisões de alta definição, é também aconselhável se pensar nisso na hora da escolha. Se você já tem uma TV deste tipo - especialmente se for Full-HD , ou pretende ainda comprar uma, é interessante procurar por um conjunto home theater que tenha saída de vídeo HDMI, para usufruir de toda a qualidade de vídeo que a dupla Blu-Ray e TV Full-HD proporciona.
A não ser os modelos muito baratos, praticamente todos os Home Theaters atuais têm saída HDMI. Já o suporte à definição Full-HD não é geral: procure por receivers que suportem essa definição! Um home theater que consegue entregar imagens em Full-HD (1080p) é o multiplatinado HTS5590W, da Phillips.
Depois de escolher e comprar, como montar o conjunto
Depois de comprar seu modelo preferido e mais acertado para o tamanho de sua sala, é necessário também tomar alguns cuidados para que a montagem do equipamento seja feita de forma a aproveitar toda a capacidade do sistema de som e vídeo.
Deve-se tomar o cuidado para que as caixas de som fiquem espaçadas da forma mais equilibrada com relação ao local onde os espectadores ficarão. Como já dissemos, a caixa central deve ficar logo abaixo do televisor, as frontais, uma em cada lado do televisor e as traseiras na parede oposta, todas afastadas igualmente entre si.
Quanto à altura, recomenda-se que as caixas de som sejam posicionadas um pouco acima da altura dos ouvidos, para pessoas sentadas. Já o subwoofer deve ficar num dos cantos da sala, de preferência na parede em que está a TV. Ele não precisa (e nem deve) ficar centralizado na parede - o ouvido humano não consegue perceber de onde os sons graves vêm, e no canto da sala a caixa “fala mais alto”.
Não encoste o subwoofer na parede: deixe pelo menos um dedo de distância.
Dica final
Antes de comprar um home theater, pense bem onde ele ficará e compre a melhor opção tanto para o seu bolso quanto para sua sala. Pesquise sobre marcas e modelos, se vale a pena comprar all-in-ones ou os componentes separadamente. Feito isso, é só aproveitar a qualidade de som e imagem do cinema no conforto do seu lar.