A 26ª edição da ZUM, revista de fotografia do Instituto Moreira Salles, chega às livrarias com destaque para os autorretratos da artista cubana María Magdalena Campos-Pons, capa da edição, que fragmenta a imagem do corpo para aludir à experiência da diáspora africana e de mulher negra latina. Diante dessa multiplicidade, a escritora e professora Odette Casamayor-Cisneros parte da pergunta: "quem é, afinal, María Magdalena Campos-Pons?", numa análise compreensiva do trabalho da artista. Destaque ainda para a artista Zahy Tentehar, que, por meio da investigação em filmes e em videoinstalações sobre a sensorialidade e as memórias ancestrais, defende as identidades dos povos originários como ferramentas de encantamento e resistência à civilização. Para a jornalista, escritora e curadora Renata Tupinambá, que assina o texto que acompanha as imagens de Tentehar, sua arte "se apresenta como um caminho para o enfeitiçar e o encantar". Na abertura da edição, o artista e ogã Ayrson Heráclito inspira-se no candomblé baiano e na cosmologia iorubá para aproximar o real e o mítico em suas fotografias, vídeos e instalações. Segundo ele, sua missão é exorcizar a história. Amanda Bonan, curadora do Museu de Arte do Rio, escreve que, para Heráclito, "descolonizar – ou, melhor, exorcizar – o conhecimento significa livrar-se da influência de um modelo de pensamento ocidental e reescrever a história com base em outros pressupostos".
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