Teodoro parte como antropólogo para encontrar respostas a umas lendas de teor fantástico e, nesse périplo que se desenrola num tom bem-humorado, acaba por desenterrar não só as histórias reais por detrás desses elementos do imaginário popular, como episódios da sua própria vida emergem num delírio febril e deixam à tona, expostos, os escolhos emocionais que sempre tentara obviar. O tema da viagem como caminho para a autodescoberta está aqui presente, com Teodoro a cortejar as características de um anti-herói que vai descobrindo que o homem é a medida de todas as coisas, que as amizades verdadeiras respiram melhor na quietude do silêncio e que a imensidão da natureza é provavelmente o melhor refúgio para aninhar a alma. A Abislândia não existe, mas poderia existir: é a terra dos abismos, que se abre à queda de Teodoro, mas ao mesmo tempo o envolve num abraço que não soltará. Marca: Não Informado