O camarada Stálin irá falar-lhe agora. A partir de uma ligação telefônica do ditador russo a Boris Pasternak, Ismail Kadaré investiga as relações entre arte e política, em um trabalho que dialoga diretamente com sua experiência pessoal. Um ditador na linha evoca o suposto telefonema de Stálin a Boris Pasternak, em junho de 1934, que deu origem a rumores e interpretações que contribuíram para enfraquecer ainda mais a imagem do grande escritor russo. Ismail Kadaré explora as versões factíveis da ligação a partir de relatos de testemunhas, repórteres, biógrafos, escritores como Isaiah Berlin e Anna Akhmátova, e até arquivistas da KGB. À primeira vista, tem-se a impressão de que o livro se baseará na relação entre os interlocutores, porém Óssip Mandelstam poeta russo nascido na Polônia, morto num campo de prisioneiros pelo governo stalinista em 1938 assume papel central como representante dos vários autores que escreveram sob a sombra de regimes ditatoriais. Ao entrelaçar as relações entre poder, política e criação artística, esta obra é tanto um sofisticado exercício literário quanto uma tentativa de compreender como a arte e o autoritarismo se constroem à vista um do outro. Um ditador na linha reflete de forma instigante sobre a relação entre escritores e a tirania. Financial Times Um dos romancistas contemporâneos mais consistentemente interessantes e prestigiosos da Europa, Kadaré é um escritor cuja prosa distinta e memorável se imprime na consciência do leitor. Los Angeles Times