Tive o prazer de conversar com o professor Jader Janer em duas ocasiões. Em 2013 e em 2016, durante o simpósio internacional “Veresk”, dedicado à teoria histórico-cultural de L.S. Vygotsky, realizado na Universidade Federal Fluminense. Conheci ele ali, na qualidade de uma pessoa fantástica, e pude ficar a par da sua abordagem original sobre o estudo da vivência de um espaço geográfico, onde habita e se desenvolve o ser humano.Ao realizar a análise do memorial, me chamou logo a atenção a apresentação promissora do problema, colocada por Jader Janer: a proposta de visualizar para além de um ser humano isolado; a proposta de enxergar um ser humano existindo em um determinado espaço geográfico. Não há um ser humano em geral, mas há um ser humano em uma situação concreta – em uma condição de natureza, e em uma condição social. O desenvolvimento da personalidade é acompanhado pela transformação dessa situação. O seu relato destaca também as especificidades etárias da vivência do espaço. O ser humano constrói o topos em conformidade com os seus objetivos de vida e com o seu desenvolvimento cultural. Quando se alteram a necessidade vital e a armadura cultural, o sistema de relações da pessoa também muda. A sua identidade muda. A imagem do espaço se altera. O entorno natural passa pelo processo de significação e, por isso, deixa de ser um evento somente natural. O sujeito da percepção – a personalidade – é social em sua gênese. A socialidade dada determina o seu olhar sobre o mundo. Marca: PEDRO E JOAO EDITORES