Numa crise mundial inédita, em que se perde por toda parte a noção de um futuro cosmopolita e emancipador, o Brasil vivencia uma espécie de “estado de ridículo”. Nosso país não se reconhece mais como tal e, por isso, nós, brasileiros, não conseguimos compreender a profundidade das mudanças em curso e as escolhas que podemos fazer para enfrentá-las produtivamente. Para Rubem Barboza Filho, podemos sair desta impotência política e utópica se recuperarmos a nossa história como uma narrativa com sentido, originada em um povo mestiço que criou a si mesmo e à sua própria linguagem em uma forma de vida barroca. Uma história potente, plena de aprendizados, economicamente produtiva e socialmente democrática. Este povo foi esquecido nos processos de “modernização” e “ocidentalização”. E mesmo quando convocado em roupagens progressistas renovadas, como a “pós-colonial”, o povo continua sendo, quase sempre, menosprezado como agente passivo, a ser educado por pretensas elites. Nosso desafio está em realizarmos, enfim, o encontro entre o povo e a democracia, assumindo de vez uma forma de vida nossa, com futuro para nós. Para tanto, basta revisitarmos a história, reaprendendo a arte com que o povo compôs esta sinfonia chamada “Brasil”. Marca: Não Informado