"Semiótica do fim é um manifesto por outra forma de imaginar o fim. Se é mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo, como dizem Slavoj Žižek, Fredric Jameson e o próprio Mark Fisher, é apenas porque ainda não imaginamos nada. O fim é apenas o começo." Vivemos num tempo em que o fim do mundo não apenas deixou de ser temido – mas já se tornou banal. Não há diferença entre o apocalipse e o próprio capitalismo: de Till the World Ends, de Britney Spears, a Everywhere at the End of Time, de The Caretaker; de Vingadores: Ultimato a Donnie Darko; passando pelos Backrooms da internet – o mundo nunca acaba, mas se reproduz incessantemente segundo a lógica semiótica do capital. Alessandro Sbordoni, neste ensaio radical e assombroso, examina o tédio, a repetição e a hiperestimulação como sintomas de um colapso sensível e imaginário. É assim que, combinando crítica cultural e pulsação poética, Semiótica do fim traça uma cartografia devastadora da cultura contemporânea – dos loops digitais à necropolítica do entretenimento – para mostrar como o capitalismo tardio não apenas sequestrou o futuro, mas transformou sua própria impossibilidade em mercadoria. Ao lado de pensadores como o próprio Fisher, Franco “Bifo” Berardi e Jean Baudrillard, Sbordoni investiga a ruína simbólica do tempo, da imagem e da experiência. O livro constrói um campo magnético entre teoria, música, cinema e colapso, onde a música pop encontra Jean Baudrillard, e glitches de Kanye West se entrelaçam com os silêncios de William Basinski. Semiótica do fim é uma análise do fim que não chega com um estrondo, mas com um bocejo – um esgotamento que ecoa nas estruturas do desejo e da linguagem, afetando tanto o que sentimos quanto o que ainda somos capazes de imaginar. Marca: Não Informado