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Inquietos, descontentes com os estreitos limites da vida cotidiana, cultivando o vago, o indefinível, o que está para além do mistério, os simbolistas trouxeram à poesia brasileira um frêmito novo. Instalados em suas torres de marfim, repudiando a brutalidade do mundo, movimentando-se num território mágico de sonho, entre névoas e brumas, ansiosos por aquela paz que não é deste planeta, os cavalheiros do símbolo viveram essa busca de forma dramática e até mesmo lancinante e contraditória. Não raras vezes, o mais elevado misticismo conflitou com a plena entrega aos paraísos artificiais.
No plano estético, os simbolistas elevaram-se a alturas poucas vezes alcançadas pela poesia brasileira, apesar de nunca gozarem da popularidade dos poetas românticos e de alguns parnasianos. Lá no alto, muito acima do chão, entre as "Estrelas de cristais gelados", como disse lindamente o Cisne Negro, pairam Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens, cuja alma se tornou "trigo de Deus no céu aberto..."
Em níveis mais modestos, mas cheio de encantamentos e seduções, o leitor encontra um grupo de poetas admiráveis e pouco divulgados: o sentimental Mário Pederneiras, apaixonado pela vida pequeno burguesa carioca; o angustiado Marcelo Gama; Auta de Sousa, com a sua altíssima espiritualidade; Severiano de Resende, estranho e rebelde, espécie de anjo decaído; o voluptuoso Maranhão Sobrinho; o hermético Pedro Kilkerry; o melancólico Ernani Rosas.
Nesta antologia figuram 24 poetas, selecionados com extrema exigência por Lauro Junkes, que teve a coragem e o bom senso de incluir, ao lado dos consagrados, nomes conhecidos apenas por especialistas, como Narciso Araújo e Érico Curado. Valeu. Ao conhecê-los, o leitor encontrará excelentes surpresas. Para alguns, daquelas surpresas que nunca se esquecem.