O retrato de Dorian Gray (1891) é um anúncio do século XX e da modernidade, pelo qual Oscar Wilde pagou um preço caro além de sofrer censura, viu sua obra-prima usada como prova contra si no processo de flagrante indecência que o levou à prisão. Nesta edição, Nicholas Frankel, organizador e autor das introduções e das notas, reconstitui o romance a partir do original datilografado ou seja, eliminando toda a censura que o livro sofreu até que chegasse ao público, e constrói pela primeira vez a versão que Wilde gostaria que estivéssemos lendo hoje. Essa espécie de mito de Fausto tornou-se um clássico da literatura mundial pelo refinamento da escrita e pela universalidade do tema. Com uma destreza de estilo ímpar, Wilde cria frases lapidares com um humor ácido e um olhar astuto, criticando ferrenhamente a hipocrisia de uma sociedade que passava por transformações muito rápidas.