Retomando suas experiências como viajante no Oriente Médio, Eça de Queirós explora neste romance, com notável habilidade, os recursos da fantasia para discutir dilemas morais objetivos. Teodorico Raposo vive às expensas da tia beata e avarenta, esperando um dia herdar-lhe a fortuna. Dissimulando devoção religiosa, mas sem abrir mão de prazeres mundanos, ele atende ao pedido de Titi e parte em peregrinação pela Terra Santa em busca de uma relíquia sagrada. Neste livro, compõe-se, em paralelo, um divertido panorama da sociedade portuguesa da época e uma crítica mordaz à hipocrisia e aos excessos da religião.