A novela Raul & Eu – uma viagem ao avesso se desvela por um sonho. Nele, o narrador se desdobra como que em uma projeção astral, em lugares e personagens surreais, convidando o leitor a experimentar as filosofias orientais, o existencialismo, a lisergia dos hippies e a crítica ao autoritarismo - personificada pelos homens cinzentos (os “guardas” que perseguem as cabeças pensantes). É dessa polifonia e passeio por fragmentos da vida e obra do cantor e compositor Raul Seixas - ponto de referência do autor - que o livro parte. O narrador tem um sonho fatal que o divide. Não sabe se aquilo que sonhou aconteceu de fato. Embarca no “Trem das Sete” e vai para Babel em busca do sonhador quem poderia lhe dar as pistas do que tinha acontecido e que é o ponto de interseção de diversas passagens e personagens como Alice Maria, Ângela, Paulo e outros mais inusitados, como o Minotauro e o Diabo. No início, no fim e no meio dessa novela, em que o “eu” se imiscui, não sabemos se somos leitores ou narradores. Patrícia Marcondes de Barros Doutora em História (Unesp/Assis), professora e pesquisadora na áreas de História e Literatura Marginal. Marca: Não Informado