As professoras/pesquisadoras Ana Cristina Tannús Alves e Susanna Busato Feitosa, da UNESP, publicaram, em 2005, o ensaio Marginália e Contracultura: em busca do discurso poético de Aristides Klafke. Escreveram: “Comparada a um discurso reconhecidamente poético, no sentido de alto teor de qualidade artística como a poesia cabralina, a poesia marginal traz à baila a proposta conceitual de uma arte ‘antiliterária’, portanto, recoloca uma discussão metalinguística e teórica. Desta perspectiva, notamos a opção dessacralizadora frente a uma tradição poética estabelecida, ou seja, uma postura que leva ao radicalismo experimental na adoção de que a poesia está na vida em detrimento da ação especificadamente literária: a escrita. Nesse sentido, Aristides Klafke opta por uma escritura marginal, ou seja, a sua poética desconstrói o discurso hegemônico, as formas de linguagem valorizadas pelo sistema. Feitas as considerações, partamos para a leitura de um poema de Aristides Klafke, a fim de vislumbrarmos a proposta de uma ‘escritura de repulsão’ para usarmos o conceito de Roland Barthes.