Tati Riceli escreve como quem abre uma janela depois de anos com a cortina fechada: sem prometer paisagens perfeitas, mas deixando o ar entrar. Em cada página, há vestígios de um reencontro possível, com o corpo, com a rotina, com aquilo que deixamos para depois. Entre memórias afiadas e metáforas delicadas, ela transforma a própria travessia em espelho sutil para quem também anda se esquecendo de si. Não é livro de receitas, nem de palco iluminado. É conversa de alma lavada, com bom humor e sem atalhos. Uma companhia lúcida para quem quer seguir, mesmo tropeçando. Porque às vezes o que salva não é a chegada, mas o gesto corajoso de se escolher no meio da caminhada. Não é um manual. É companhia. É um lembrete de que a gente não precisa de um recomeço épico para se transformar, só de um passo sincero na direção de si. Marca: Não Informado