O conceito do fenômeno situação-limite foi desenvolvido por diversos autores, como o filósofo e psicólogo Martin-Baró, o educador Paulo Freire, o filosofo Vieira Pinto e o filósofo e psiquiatra Karl Jaspers. Este último, se destaca pelo tratamento profundo dado ao fenômeno, descrevendo-o como rupturas que abrem a existência, como a morte, sofrimento, culpa e luta. Heidegger, em 1921, época em que já dava passos significativos para o fundamento do projeto que o levaria a sua obra Ser e Tempo (1927), escreveu a resenha sobre o livro de Jaspers, Psicologia das Visões de Mundo (1919), ressaltando a diferença fundamental sobre como cada autor aborda o sentido e o significado dessas situações-limite para a compreensão da condição humana. Heidegger fez uma transição conceitual importante ao deslocar a discussão da esfera psicológica e existencial para a ontológica. Na reflexão sobre as situações-limite, esse fenômeno revelou-se capaz de conduzir diretamente aos limites fundamentais da existência humana, momento em que a angústia pode emergir. Neste estudo, o pensamento heideggeriano é retomado como fio condutor para pensar situações-limite e angústia. Marca: Não Informado