Sonhei que estava em um rio, enfiava as mãos nas águas e puxava: pedaços de metal, pedras e objetos variados. Eu os poderia combinar de diversas maneiras; mas, não de qualquer forma. O que um poeta faz, senão combinar as palavras, os sentidos, os significantes, para, quem sabe? Tocar em uma espécie de terceira margem? Essa e outras questões surgem nos versos de Rafael Dorado, cuja poesia vai carregando o sentido a aberturas, fazendo o significado ser menos significado e mais direção; sem ter a pretensão de dizer onde se deve chegar.