Pensamento Que Não se Calam

Impossível não sair anestesiado depois da leitura deste livro. São várias as sensações durante a ingestão, e depois, na digestão. Palavras atiradas no papel com um efeito analgésico, ou com uma dose de adrenalina, depende da poesia lida. Kleber sempre foi assim: da calmaria ao furacão, da lucidez à insanidade. Tudo ao extremo, resumindo sua intensidade (e imensidade). Os excessos de um garoto que se tornou homem, pai, melhorou enquanto irmão, enquanto filho, enquanto amigo, enquanto indivíduo e cidadão. Um poeta sagitariano que busca se encontrar nesse mundão e que acaba se perdendo no meio dos versos da vida, da rotina, mas que logo volta à busca, nunca se afastando da correria. Uma amizade feita na escola e alimentada para durar o resto da vida (à base de muitas tretas, métricas e rimas, é verdade). Um companheiro, um parceiro, um exemplo. Participar deste processo é como se eu tivesse ganhado um presente do universo, um prêmio. Acompanhar a sua evolução também é. Agora, deixo vocês com a reunião de palavras que surgem como tiros, socos, nos derrubam, nos nocauteiam. São poesias que nos deixam despidos, atingem o mais íntimo do ser, nos levam à reflexão sobre vários temas presentes em nosso cotidiano, daqueles que dão nó na garganta, nos causam revolta, nos enchem de força para continuar na luta ou para levantar e lutar. Cuidado! Ninguém sairá ileso depois desta experiência. Mas, vale a imersão. Tamires Frasson, poeta, professora, jornalista, idealizadora do Literocupa e autora do livro Das Inconformidades do Cotidiano: poesias, versos e relatos