O livro Para quando eu andar sozinho nasceu das vivências de um antropólogo que transitou entre a defesa dos direitos dos povos originários e o trabalho com populações em situação de rua. Uma jornada marcada por conquistas coletivas, mas também por angústias íntimas. A poesia surge aqui como processo terapêutico, transformando feridas pessoais (como um rompimento amoroso que desestruturou identidades) em arte pública. Com linguagem sensível, os versos exploram a solidão que se torna solitude, o desencontro amoroso como recomeço e a redescoberta de si através da dor. A obra ganha camadas profundas com as ilustrações de Josivan Silva, artista com décadas de experiência em situação de rua em Fortaleza, cujos traços dialogam com os poemas para revelar como a arte transforma realidades duras. Mais que uma coletânea poética, é um testemunho de resiliência: mostra como profissionais engajados e pessoas em vulnerabilidade social compartilham, em diferentes medidas, a necessidade de ressignificar perdas seja através da escrita, dos desenhos ou da reinvenção cotidiana. Uma ode à arte como ponte entre mundos e cura para dores coletivas.