Em Palmeirim De Inglaterra Francisco De Moraes Domina Com Segurança Os Ingredientes Novelescos Explorados À Exaustão Pelo Gênero: A Excelência Física E Moral Do Protagonista, De Constituição Heroica; Sua Deambulação Ao Acaso, Atrás De Aventuras Probatórias E Levado Pelo Desejo Edificante, Mas Não Menos Sensual; O Encontro Com Algum Oponente, Quase Sempre Com Identidade Oculta Sob Epíteto; A Descrição Subjetiva Da Paisagem, Locus Amoenus, Espécie De Projeção Do Estado De Espírito Do Cavaleiro, Imerso Na Lembrança Da Amada; A Imponência E Inacessibilidade Do Castelo Guerreiro , Promessa De Grandes Cousas A Desafiar O Combatente; A Rivalidade Implícita Entre Duas Extraordinárias Senhoras, Polinarda E Miraguarda, Por Quem Quaisquer Obstáculos, Reais Ou Maravilhosos, Parecem Pequenos. E Se Ao Leitor Desavisado Esse Tipo De Enredo Soar A Pura Fantasia, Lembre-Se Que Ele Está Solidamente Plantado No Rico Imaginário Do Portugal Quinhentista, Como Uma Faceta Importante Do Período Das Navegações E Dos Descobrimentos.