"A cantiga de Mário Alex, como as cantigas de amor medievais – sem dúvida, o amor é o grande assunto desse livro, pois movimenta todos os outros assuntos, como a cidade de Ouro Preto e a própria poesia – é um poema sobre a falta de uma musa que, diferente do poema que Tomás Antônio Gonzaga dedicou a Marília de Dirceu, não terá sequer um nome. Como o leitor deve perceber, esta hipótese se confirma durante a leitura de todo o livro, que pode ser lido, aliás, como um grande e único poema: em nenhum momento a musa será nomeada. O que se sabe, somente, é que ela está longe: “Se quem parte é que parte a outra parte,/ quem fica rumina outra arte?”.