Os dragões brincam no quintal

Há na vida uma força que me leva a existir, e aponta um lugar onde habita algo como completude do que se pode ser. Eu conheço este lugar, chama-se mundo. O meu, como universo, ali, existo. O que delimita meu universo? O que me faz achar ser um lugar único? É o que eu acredito. Para além das sabedorias, existe algo que construo como coisa que me pertence. O cercado daquilo que imagino ser meu é um quintal enorme e, nele, estão as mais lindas, as mais tristes, as mais amadas, mas também as mais incríveis criaturas que chamo de personagens. Elas, as criaturas, são seres de uma versatilidade a causar espanto. Podem ser apagadas, deletadas, transportadas, transplantadas, transformadas e, ainda assim, permanecem em qualquer parte desse universo meu, à espera da hora do chamamento e de sua entrada, por mais pequena que seja sua forma de mostrar que também pode existir. Procuro em prateleiras, plataformas, balcões de livrarias, inspiração para que as criaturas do meu quintal sejam construídas de maneira para agradar, pois, conheço universos cheios de ternura, lutas, enfrentamentos que fazem me perder com tanta emoção.
Marca: Versiprosa