Entre um diário de viagem adolescente e a papelada do cartório em que trabalha já adulto, Leon Zaguer é um homem dividido: de um lado, o jovem de 18 anos, otimista e promissor, rodando a Europa; do outro, o escrevente de 40 anos, resignado com o fracasso, na opressora São Paulo de 1998, tentando lidar com as sucessivas derrotas de sua vida. Este é o mote deste romance, do premiado Bernardo Ajzenberg. O livro é ao mesmo tempo uma história de formação, em que o narrador conta em um diário a longa viagem que fez na juventude, e a angústia de um homem que vê sua vida chegar a uma encruzilhada. Para compor este duplo, Ajzenberg alterna entre o relato ingênuo e esperançoso do jovem Leon, e a narrativa onisciente, cortante e incisiva do escrevente, já na idade madura.