Oir o Rio é um livro de passagem. Às vezes lento, outras, caudaloso, traz a dança das águas, o murmúrio dos bichos e o encanto das crianças. Tem riso e rã, madeira e galho, lua e lavadeira, vaga-lume e jacaré. Outras vezes, pescador e caboclo d’água, cobra e maritaca, tanajura e lambarizinho. Neste livro, Adriano Messias lavra a prosa poética encharcada de bichos e coisas, terra e água, gente e não-gente, tudo junto. Pois o rio é sertanejo. Ele segue e resiste, serpenteando entre espantos: pede admiração e respeito. E também é caipira. Seu avanço delicado nos dá paz nos descaminhos: pede afeto e gratidão. Oir o Rio é como a vida: tem mistérios, mas é simples demais. – Olha o rio, menino! Só o rio foi feito pra passar…