" O papel de parede amarelo " transita entre o terror gótico e uma alegoria da opressão feminina. A obra dá título a esta coletânea, que reúne contos ligados ao mistério e ao sobrenatural escritos por Charlotte Perkins Gilman, uma das maiores autoras representantes do feminismo mundial. Com tom autobiográfico – a autora também lidou com a depressão e um casamento frustrante –, " O papel de parede amarelo " apresenta uma esposa confinada em um quarto pelo marido, o que a faz desenvolver uma obsessão pelo papel de parede, no qual enxerga mulheres aprisionadas. Enquanto o horror psicológico conduz este conto, em " A glicínia gigante ", " A cadeira de balanço " e " A porta não vigiada ", Gilman flerta com histórias de fantasmas e de investigações que envolvem o sobrenatural. " Quando fui uma bruxa ", nos apresenta uma mulher movida pela vingança, capaz de realizar seus desejos. Em " Se eu fosse um homem ", a autora lida com o fantástico em uma história de troca de corpos. Por fim, " Água antiga " traz uma história de abuso e assassinato.