O concerto das nações: conservadores, reacionários e fascistas (1833-1945)

(...) Não se tratava de ser um republicano razoável e fazer a República funcionar, mesmo que a República não fosse mais republicana. Simplesmente a República não interessava mais.

A necessidade de um homem providencial, de um gênio do Estado, para guiar e conduzir uma estrutura tão poderosa e simultaneamente frágil implicava o risco permanente, e total, do bonapartismo, do recurso à democracia plebiscitária e à ditadura militar. Todo o sistema era impermeável à reforma.

Haverá quem pense que esse livro se debruçou sobre o ano de 2020 e que suas teses predisseram um futuro distópico. Foi no inverno de Berlim em 1992 que nasceu o que viria a ser o primeiro trabalho genuinamente de história do tempo presente do Brasil. Essa tese de titular é um primoroso trabalho de arquivo com uma refinada análise que só um historiador da grandeza de Francisco Carlos Teixeira da Silva seria capaz de fazê-la. O Concerto das Nações: conservadores, reacionários e fascistas (1883-1945) é o mais importante estudo já realizado em língua portuguesa sobre a obra de Leopold von Ranke e as origens do conservadorismo político contemporâneo como primado do que viria a ser o agir fascista. Aqui o leitor entenderá que o fascismo é um problema que está na natureza da história do tempo presente.

Karl Schurster