Nesta Reunião De 258 Fragmentos Repletos De Beleza Christina Sharpe Inventa Um Novo Modo De Contar A Própria Vida E A De Outras Pessoas Negras Consciente Da Impossibilidade De Narrar A Dor Da Opressão Em Toda A Sua Profundidade E Extensão Ou De Reconstruir Aquilo Que Se Partiu Ela Subverte Essa Limitação Ao Abraçar A Forma Fragmentária Como Reveladora De Um Todo Inapreensível Atenta Aos Detalhes Sharpe Investiga Essas Experiências A Partir Do Que Elas Têm De Mais Comum Belo Violento E Arbitrário Como Numa Caixa De Linhas De Diferentes Cores E Espessuras Os Textos Evocam Imagens De Obras De Arte Campanhas Publicitárias Cartas Fotos E Objetos De Família Como O Vestido De Algodão Roxinho Com Apliques De Tulipas Nas Cores Roxa Lilás E Azul Que A Mãe De Sharpe Fez A Mão Para A Filha Ou Registros Das Recentes Manifestações Supremacistas Em Charlottesville Tudo Se Une Em Uma Única Meada Um Fio Que Conduz O Leitor Pelos Caminhos Do Que Precisa Ser Exposto Ainda Que Rodeada Por Reflexões Profundas Sobre Dor Indignação E Angústia Tão Palpáveis Em Vidas Negras Há Momentos Mesmo Que Fugazes De Doçura E Gentileza A Escolha Por Contar Esses Momentos Faz De Notas Ordinárias Um Trabalho Revolucionário Em Que A Escrita Introspectiva E Observacional De Sharpe Brilha Num Movimento Em Que Pessoas Negras Ocupadas Com Seus Mundos Particulares Com Seu Amor-Próprio E Cuidado Tornam-Se Centrais Do Sapato Bem Engraxado Que A Avó Usava Em Casa Mesmo Enquanto Cuidava D Marca: Não Informado