O livro MPB no feminino problematiza a tendência de muitos autores em apresentar tudo o que diz respeito ao universo da música tão somente em formas de expressão do masculino. Frente à necessidade de compreender a dinâmica das relações de gênero nas diversas práticas musicais – desde o rock, o hip-hop, a música católica, o samba e o pagode até o canto das lavadeiras –, o autor examina as formas de inserção das mulheres nos diversos espaços e funções musicais; as causas de sua possível invisibilidade e/ou reduzida participação em determinados setores; as formas de resistência das mulheres diante das dificuldades encontradas por sua condição de gênero; as representações do feminino e do masculino nas convenções musicais; entre outros aspectos. Os caminhos percorridos na investigação apontam que as diferenças e especificidades entre homens e mulheres no meio musical precisam de um tratamento que passa não só pela presença física de seus corpos em cena, mas também pelos mitos, ritos, crenças, valores, espaços de circulação e meios de produção. Além disso, o livro mostra que reconhecer e delimitar interseccionalidades para além do gênero – como raça, classe, etnia, geração – é essencial na compreensão do universo social da música popular brasileira.