"A relação lúdica com a paisagem natural, na cena da poesia moderna, é uma vereda que parte da Cobra Norato de Raul Bopp, intensificase em Manoel de Barros e deságua no Modo de falar às coisas, de Francisco Pippio. Poeta do sensível, em particular do “tocável” e do visível, ele examina o céu não para perder-se nas alturas, mas na intenção de puxar o cosmo para bem perto de si. Ao dedicar o livro a alguém que já partiu e a alguém que acaba de chegar, Pippio sinaliza que a vocação do poeta é a de abrir pontes, num trânsito contínuo que agrega tempos e espaços aparentemente inconciliáveis, aproximados, todavia, pela potência da palavra." - Antonio Carlos Secchin