Uljana Wolf é hoje uma das poetas e tradutoras alemãs mais autênticos de sua geração. Esta pequena edição, composta tanto de ciclo de poemas de seu último livro, assim como de um ensaio a respeito do multilinguismo na tradução literária, procura apresentar uma amostra da obra de uma autora consciente dos caminhos para criação de uma poética inventiva e sempre na corda bamba dos idiomas. O que é afinal uma língua-mãe? É o que nos perguntamos ao entrar em seus textos. E sua invenção não é de forma alguma feita por desafio, mas por necessidade de linguagem. O fato de sua poética buscar implodir o mito do monolinguismo e da afiliação linguística consiste na defesa da existência do “outro” dentro das línguas, ou melhor, dos muitos outros que ali se encontram. "A literatura – e a poesia em particular – não conhece filhos puros. Pela minha própria experiência poética sei que o momento no qual minhas próprias palavras se tornam estrangeiras para mim, o momento no qual começo a perceber minha língua como algo que, como vapor ou molas tensionadas, me envolve de várias formas diferentes, indefinível, esse momento é o começo da escrita." matriochkas se você nos abrir uma filha pra fora salta e da escancarada filha salta uma outra menor ainda e assim até a última ela é dura e sem sutura e se a partir daqui você nos encaixar uma dentro da outra verá nossa horda que cada mãe era sua própria mãe Marca: Não Informado