Este livro atesta a excelência de um jovem pesquisador, dotado de uma notável acuidade analítica construída no diálogo consistente entre a pesquisa empírica e a elaboração teórica. Ao analisar a espinhosa relação entre o ativismo LGBT e o sistema de justiça criminal, Alexandre Martins constrói um quadro analítico e teórico inovador, articulando questões postas pela sociologia dos movimentos sociais, por estudos sobre a governamentalidade neoliberal e pela criminologia crítica. É de se notar e enfatizar o domínio de um amplo leque de obras e autores de referência nesses campos de pesquisa e debates acadêmicos, formulando com competência e acuidade teórica suas próprias questões e a tese central de seu trabalho e que pode ser resumida na noção de uma racionalidade criminalizante que Alexandre Martins identifica nos ativismos hegemônicos. Vera da Silva Telles Professora livre docente sênior de Sociologia da Universidade de São Paulo Associada a rituais cotidianos de humilhação e violência, a criminalização foi e tem sido recurso primordial para a preservação da ordem heteronormativa. Assim, o direito que deveria garantir a pluralidade das formas de vida se converte em arma que transforma a sexualidade hegemônica em norma. Não obstante, os sujeitos que rejeitam a ordem normativa resistem à criminalização. Através de suas lutas, de sua solidariedade e do cuidado mútuo desafiam as instituições e as transformam. Este livro, preciso e precioso, reconstrói as lutas em torno da sexualidade no Brasil contemporâneo. Baseado em farta pesquisa empírica e em referencial teórico original, o livro oferece chaves interpretativas valiosíssimas para a compreensão de dimensão crucial (e frequentemente esquecida) das recentes transformações da sociedade brasileira. Sérgio Costa Professor titular de Sociologia da Freie Universitt Berlin. Ean: 9788584043378