O livro reúne pesquisadoras de diferentes áreas e trajetórias acadêmicas para refletir sobre as múltiplas dimensões das injustiças reprodutivas no Brasil, a partir de uma perspectiva interseccional. Com nove capítulos assinados por autoras de referência nos campos da saúde, das ciências sociais e dos direitos humanos, a coletânea aborda temas como mortalidade materna, preconceito racial obstétrico, esterilizações forçadas, experiências reprodutivas de homens trans e mulheres indígenas, além das violências institucionais sofridas por mães em situação de vulnerabilidade. O foco da publicação é evidenciar como desigualdades de gênero, raça, classe, deficiência e território impactam diretamente o exercício dos direitos sexuais e reprodutivos. A obra amplia o conceito de justiça reprodutiva para além da ideia de escolha individual, evidenciando que não há decisão possível sem condições materiais, políticas e sociais dignas. A publicação também destaca o papel histórico de organizações como Criola e Geledés – Instituto da Mulher Negra, fundamentais na defesa da saúde integral das mulheres negras e na incidência sobre políticas públicas com enfoque interseccional. Mais do que denunciar injustiças, o livro propõe caminhos: um novo paradigma de cuidado, interseccional, plural e centrado na equidade.