Um divórcio traumático, um amor impossível, um menino perdido: esses os gatilhos que compelem o protagonista deste romance a mergulhar de maneira visceral na questão indígena brasileira, ao atender um comando materno peremptório e assumir um cargo no órgão estatal incumbido de gerir os assuntos dos povos tribais. Mau negócio para ele, que na ânsia de fugir de suas dores pessoais, acaba se deparando com um universo onde a dor do esbulho e da iniquidade é ainda mais onipresente do que a sua. Mas se há dor, deve haver anestesia. A que ele encontra é atirar-se do modo mais decidido na obtenção hedonista de prazeres dissolutos e na defesa suicida e intransigente dos direitos dos índios a quem aprende a amar.