Numa Época De Relações Descartáveis, Aplicativos De Encontro E Doenças Crônicas Controladas, O Designer/Artista Plástico Sérgio Adotou O Cinismo Para Intermediar Seu Contato Com O Mundo. Aos 44 Anos, Passa As Noites Com A Melhor Amiga, Joyce, Divagando Sobre A Vida E Eando Canais De Televisão. Dividido Em Três Partes Cronologicamente Distintas, Entre Referências Pop, Experiências Dolorosas E Diálogos Sagazes, O Novo Romance De Márcio El-Jaick Nos Oferece O Retrato De Alguém Se Debatendo Com A Autodeclarada Incapacidade De Se Arriscar Para O Amor. Sérgio Pensou No Momento Em Que, Conversa Já Engatada E Desenrolando-Se Com Algo Próximo Ao Prazer, Ele Se Prendeu Nos Olhos Castanhos Do Rapaz E Parou De Ouvi-Lo, Porque Em Sua Mente Só Havia A Surpresa Do Reconhecimento De Sua Própria Postura No Começo Da Noite, A Fome Com Que Havia Recebido O Rapaz, Desabotoando-Lhe A Camisa, Abrindo-Lhe A Calça, Puxando-O Para O Sofá, O Gesto Mecânico, A Água Acompanhada De Um Beijo, A Camisa Desabotoada, A Calça Aberta, O Deslocamento Para O Sofá, A Mão Em Seu Corpo, A Cabeça Concentrada Em Continuar, Como Se Seguisse Uma Flecha Ou Como Se Fosse Ela Própria A Flecha, Porque A Flecha Não Questiona O Trajeto, Apenas Avança Segundo A Imposição Do Arco.