A história recente do Brasil contada, em entrevistas, pelos que nela ocuparam posição de destaque, seja pela sua ação, seja pelo seu pensamento, ou por ambos - políticos, sociólogos, economistas, militares, empresários, sindicalistas, cientistas, escritores, juristas, religiosos. Em outubro de 1977, apresentamos esse projeto a Júlio de Mesquita Neto, diretor de O Estado de S Paulo, que logo o aprovou e lhe deu apoio constante durante os mais de três anos que durou o trabalho. Essas entrevistas, publicadas sob a rubrica "Documento", foram portanto concebidas e organizadas para se atingir um objetivo preciso. Não foram feitas ao sabor das circunstâncias; obedeceram a um plano. Conduzidas por grupos formados levando em conta as características de cada entrevistado, elas seguiram um roteiro básico de questões formuladas pelo coordenador, destinado a balizar o terreno. Mas só um roteiro básico, para não tolher a liberdade dos entrevistadores e não tirar dos depoimentos a espontaneidade e a surpresa. Procurou-se fazer com que os entrevistados explicassem seus atos e comportamentos, em vez de apenas narrar sua participação nos acontecimentos".