Herança Genética: A descontraída versão contemporânea da história Brasil-Portugal

Imagine uma fictícia salada literária, na qual você almeja encontrar e absorver parte de uma história verídica, ocorrida num passado distante. E os ingredientes nela contidos foram transformados nos reflexos positivos e negativos dos usos e dos costumes que se enraizaram no DNA e no comportamento legado pelas gerações pretéritas às genésicas que as sucederam. Para mesclar a salada e apurar o sabor da leitura, tornando-a mais palatável, foram acrescentados variados temperos lúdicos, poéticos, políticos e outros de erotismo explícito. Acrescentou-se também os condimentos colhidos na fertilidade da épica e pré-aventura oceânica de transladação da Corte de Dom João para o Brasil à emoção sedimentada pela ansiedade do monarca português, diante da triste e ultrajante perspectiva de ver o seu país invadido, e ele próprio ser destronado por Napoleão Bonaparte, general ítalo-gaulês ganancioso e sedento por poder. Na receita, ainda foram incluídas pitadas de maliciosas e severas críticas aos danosos comportamentos e maus exemplos praticados por uma parcela dos ardilosos e ambiciosos colonizadores portugueses, cujos atos ficaram marcados de forma indelével nos anais da história luso-brasileira. Não obstante, muitos foram perpetuados à era contemporânea, os quais na atualidade prosseguem estigmatizados por farisaicos espectros de autoridades públicas, que escarnecem e asfixiam os direitos à liberdade individual e coletiva do povo; enxovalham e aviltam o Ordenamento Jurídico; mascaram o Estado de Direito, desonram a Constituição Federal e preconizam a dissimulada democracia que, de modo falacioso, dizem defender. Embora se trate de uma obra de ficção, o autor aborda alguns tópicos relacionados aos tempos presentes sem descurar dos grugrumilis que deram origem ao tema da estória. Quanto ao molho, decerto ficará ao prazer do apetite e do deguste intelectual do leitor.