Expatriada Blues oferece aos leitores uma exploração profundamente reflexiva e irônica da vida de uma expatriada negra em um mundo muitas vezes dominado por estereótipos e preconceitos raciais. Por meio das experiências diárias da protagonista, pontuadas por microagressões, Mushita expõe uma sociedade onde o preconceito racial latente prospera sob atitudes aparentemente inofensivas. O título do livro, Expatriada Blues, é irônico e provocativo, destaca o duplo padrão em torno do termo "expatriado". O rótulo é frequentemente reservado para pessoas brancas que vivem em países não ocidentais, enquanto indivíduos não ocidentais em países ocidentais são frequentemente chamados de imigrantes ou refugiados. Essa distinção não é simplesmente um jogo de palavras, mas um reflexo das desigualdades raciais e percepções tendenciosas que persistem. O humor é uma ferramenta poderosa em Expatriada Blues, já que Mushita usa o riso como meio de resiliência. Longe de banalizar os desafios, o humor se torna uma força desarmante diante do preconceito. Ao convidar os leitores a rir com ela, ela incentiva uma introspecção mais profunda sobre nossas próprias crenças, linguagem e representação. O trabalho de Mushita serve como um lembrete do papel vital que a literatura desempenha em nos ajudar a refletir sobre a sociedade e, em última análise, sobre nós mesmos.