Se Bem Que Relativamente Tardia, É Complexa E Matizada A Reflexão Husserliana Sobre A Cultura E, Em Particular, O Significado Do Ocidente. Para Husserl, A Cultura Filosófica É A Cultura Da Razão. Nesse Sentido, A Filosofia Não É Europeia. Pelo Contrário, É A Europa Que É Filosófica. E A Grandeza Da Europa Filosófica, O Seu Estatuto De Arconte Da Humanidade, Não Se Confunde Com Qualquer Projeto De Domínio Protagonizado Por Um Povo, Mas Com O Modo Como Ela, Na Finitude Das Suas Formas De Cultura, É O Fenômeno Da Ideia Infinita De Uma Cultura Racional Que Pode, Sem Limites, Tornar-Se A Cultura De Uma Humanidade Universal. A Supranacionalidade Europeia Não Será, Por Isso, Um Projeto De Dominação Para Uso Dos Europeus, Mas A Ideia De Uma Humanidade Autêntica, Congregada Nas Tarefas Infinitas De Realização Da Razão, Que Jamais Poderão Alcançar Uma Forma Final E Definitiva, Apta Para Uma Repetição Regular Ou Para Uma Imitação Puramente Exterior.