Entre mofos e cogumelos

Entre os escombros do cotidiano, algo sempre fermenta. No canto úmido da geladeira esquecida, no assoalho manchado de vinho barato, na fumaça do cigarro que se desfaz na manhã de domingo algo cresce. Nem tudo que apodrece morre. Nem tudo que morre desaparece. Este livro é uma imersão na matéria bruta da existência nas ruínas do que já foi e nas promessas do que ainda pode ser. São textos que cheiram a café requentado, a mofo e orvalho, a ferida aberta e terra úmida. Ecos de noites que nunca terminam e de manhãs que chegam como um insulto. O leitor que ousar adentrar estas páginas deve estar preparado para algo que não se deixa domesticar. Porque, entre mofos e cogumelos, o que se revela não é apenas a decomposição do que fomos, mas a possibilidade de florescer mesmo em meio ao caos.