Donnie Brasco Johnny Depp e Al Pacino
Donnie Brasco é um pequeno clássico do cinema que aborda temas relacionados a máfia italiana. O longa-metragem protagonizado por Johnny Depp e Al Pacino versa sobre traição, quebra de confiança e trabalho policial infiltrado.
Já no início se percebe a caracterização típica de cibebiografias, com uma série de fotos dos personagens centrais, em distintos momentos de suas vidas, acompanhados da música instrumental emotiva de Patrick Doyle, profissional experiente de obras épicas como Henrique V (1989), que empresta seu prestígio aqui para ajudar a narrar essa mini ópera sobre traição e criminalidade.
A obra se baseia no livro Donnie Brasco: My Undercover Life in the Mafia, livro escrito por Joseph D. Pistone e Richard Woodley, e já na primeira cena depois da introdução, antes de mostrar do "joalheiro Don" que Depp interpretaria, se nota o apelo ao estereótipo xenófobo, do italiano que se comunica quase gritando.
Essa cena tem no divertido Nicky (Bruno Kirby), um sujeito de voz fina e discurso efusivo o maior exemplar dessa caracterização do gangster moderno, do homem feito, que é visto como um carcamano bandido nos idos da década de 1970, o homem que grita e gesticula demais para se fazer entender, e que guarda seus métodos violentos de maneira meio secreta.
Johnny Depp interpreta Joe Pistone, fazendo por sua vez um papel até caricatural, de tão arquetípico que ele é. Ao fazer Donnie "Don" Brasco, ele usa um cabelo oleoso e cheio de gel, jogado para trás, e um bigode terrivelmente engraçado, de tão tosco que é. Ao longo do filme, ele simplesmente tira a penugem, demonstrando o incômodo que causava.
Don é abordado por Lefty, alcunha de Benjamin Ruggiero (Pacino), um wiseguy, um sujeito de contatos que o estranha em um bar italiano. Ele cerca o rapaz, tenta intimidá-lo, tenta vencer a confiança de Don, na base da sugestão.