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Com esta obra, José Saramago retorna ao teatro, gênero que não revisitava desde "In Nomine Dei", de 1993. E essa volta acontece em grande estilo, já que o escritor português decidiu recontar a seu modo um dos mais importantes e conhecidos enredos da história da literatura, o de Don Juan, o implacável sedutor. Trata-se de um personagem presente na obra de inúmeros autores, com Tirso de Molina, Molière, Hoffman, Byron e Pushkin. O texto servirá, posteriormente, de base para o libreto de uma ópera do italiano Azio Corghi, a ser encenada no Teatro allá Scala, em Milão. Nesta peça, Saramago continua seu projeto literário de desestabilizar lugares comuns e mostrar que nem tudo é o que parece ser. Nela, o seu alvo mais evidente é o da noção do pecado
- ou melhor, dos atos humanos considerados pecaminosos. É por isso que o protagonista afirma: "A terra é toda ela um sepulcrário, é mais a gente que se encontra debaixo do chão que aquela que em cima dele ainda se agita, trabalha come, dorme e fornica. Parece que os anos que viveste não te ensinaram muito, estátua. A morte dos malvados não é para o inferno que se abre, mas para a impunidade. Ninguém poderá ferir-te nem ofender-te se já estás morto.