‘Diferenças iguais’ é um volume de contos elaborados entre 2003 e 2015. Dez contos que possuem em comum a ancoragem na infância e na adolescência, entremeados por alguns, poucos, em que a preocupação se volta para a experiência amorosa frustrada. Textos em que a memória tem prioridade sobre a imaginação. A mudança pode significar o estranhamento diante do que era rotineiro, uma nova condição a ser recusada ou encarada ainda sem o suporte da experiência. A adolescência, com seus rituais de afirmação e de ambígua negação, aparece em contos onde mudar é uma necessidade que assusta, como em ‘A outra pessoa’. A vida adulta remete à angustiante experiência da falta de amor ou de um ente para se amar. É o grito mais alto dado nestes contos e, neles, a condição trágica se sobrepõe à rotina. A temática da mudança que se deseja e daquela com a qual não é possível estar conformado agrupa os contos de Diferenças iguais e possibilita uma continuidade em que as diferenças apontam para um universo de igualdades até indesejadas, bastante próximas de quem não as consegue ver.