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Dialética Do Olhar

(Cód. Item 1576571357)

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Vendido e entregue por Livraria Martins Fontes

por R$ 115,00

ou em até 2x de R$ 57,50 sem juros

Dialética do olhar propõe compreender a dialética benjaminiana a partir do tema do olhar. Nele, a autora reconhece uma experiência exemplar e sem equivalência com respeito à existência e ao conhecimento, o que atestam os étimos ideîn (ver) e eidénai (saber). Também ver e viver são o mesmo: é preciso, para estar vivo, ver a luz do sol e ser visível aos olhos de todos. Perder a vista e a visibilidade é abandonar a claridade do dia para entrar na escuridão do Hades – a caverna platônica, a metrópole contemporânea. Nela os olhos “olham sem ver” – quanto ao homem, converteu-se em um “caleidoscópio dotado de consciência”. As passagens de Paris constituem o reino das sombras; são cavernas essas construções de ferro e vidro, mas antiplatônicas – porque a céu aberto. Nelas a visibilidade total é a assinatura dessa época e uma armadilha: as mercadorias vêm à luz como criaturas fantasmagóricas, máscaras espectrais, repetição delirante do mesmo, a produção em série, as nouveautés. Susan Buck-Morss indica os autores que Benjamin assimila à sua dialética: Hegel, Marx e Freud. A modernidade, dominada por fantasmagorias, toma o vulto do sonho: sua aparência histórica é experiência de sonho, a modernidade é sonho de consumo. As passagens e suas arcadas constituem um Zeit-raum (espaço de tempo) que é também Zeittraum (sonho do tempo). Se o “espaço de tempo” no qual se faz o consumo é sem “consciência de si”, é porque “as passagens são edifícios ou galerias que não possuem um lado externo – como o sonho”. Seus artefatos não satisfazem necessidades, mas as multiplicam ao infinito, ocupando o lugar antes conferido ao sujeito iluminista cuja consciência era desperta e vigilante. Nesse sentido, a “dialética do olhar” é mais do que uma dialética do sono e da vigília: é o esforço do despertar do sonho narcótico do século – o consumo identificado à felicidade, o desenvolvimento técnico e científico desacompanhado de recursos morais, os genocídios, a guerra. Esse campo que designa progresso e modernidade requer a “dialética do olhar” que seja a transformação do luto em lúdico, pois só o olhar que se afeiçoa a seus objetos de contemplação faz homens melhores. Dialética do olhar indica a dialética do ofuscamento e do deslumbramento. Se o excesso de luz, a iluminação urbana “que ofusca a realidade”, produz cegamento e insanidade – no consumo as pessoas “perdem o bom senso” –, no Passagen-Werk o deslumbramento corresponderá, por sua vez, ao desvelamento do mundo das coisas: a classe dominante bloqueia o sonho de consumo que ela mesma criou. Razão pela qual Benjamin pergunta se não seria possível “fazer surgir os conteúdos econômicos reprimidos da consciência de uma coletividade, de modo semelhante ao que Freud afirma para os conteúdos sexuais da consciência individual”. Pode-se dizer que a “dialética do olhar” é uma “interpretação de sonhos”, a Traumdeutung da contemporaneidade. Olgária Chaim Féres Matos
Marca: Não Informado

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