Cultura do sentimento, sociedade comercial e experiência do tempo em História do Brasil, de John Armitage levanta a discussão sobre a existência de uma historiografia do Brasil, tanto nacional quanto estrangeira, antes da fundação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, em 1838. Flávia Varella questiona o cânone da criação de uma historiografia nacional, tomando como estudo de caso o livro História do Brasil, de John Armitage, lançado em Londres, em 1836. Mas não só. Na extensa pesquisa empreendida, Flávia recupera a trajetória do comerciante inglês, que viveu no Rio de Janeiro entre 1828 e 1835, portanto, uma testemunha privilegiada do cenário político agitado que caracterizou o final do Primeiro Reinado e culminou com a Abdicação e o estabelecimento dos governos regenciais, ocasião em que Armitage se aproximou da facção dos liberais moderados, sobretudo de Evaristo da Veiga, a quem, inicialmente, se atribuiu a autoria de História do Brasil e, mais tarde, sua tradução para a língua portuguesa.