Crônicas do peregrino São João Maria

De repente, surgiu no horizonte um homem, que veio em direção da praça, ele vestia um terno inteiro preto, e usava uma grande cartola. Ele passou por todas as pessoas, a passos lentos e bem marcados, mas as pessoas do vilarejo pareciam não o ver, caminhou em linha reta até estar frente a frente comigo, me olhou nos olhos e um frio me correu a espinha, sua pele era clara quase pálida, seus olhos de um azul profundo, com um maligno brilho. Sua face era magra, e ossuda, e ele tinha um vasto bigode, o conjunto total de suas feições mais me lembrava uma serpente do que um rosto humano. Quando me olhou, sorriu com uma expressão de sarcasmo, que fez meu sangue ferver imediatamente, senti como se toda a fúria do mundo percorresse minhas veias, mas, ao mesmo tempo que queria matá-lo, sentia meu corpo paralisado e não podia mover sequer um músculo...
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