Esta obra, agora em sua segunda edição, foi organizada para lançar novas luzes sobre o Centenário da Guerra do Contestado (1912-2012), episódio obscurecido pela república repressora e vencedora. Contribui para esclarecer a injustificável barbárie institucionalizada e executada naquela região pelos interesses conjugados de grandes conglomerados estrangeiros e das elites locais, numa suposta resposta ao messianismo fanático e aos conflitos fronteiriços entre dois estados da federação. Um conflito pelo território de existência, para os camponeses, e de extração da renda da terra, para a classe dominante. A atualidade desta nova publicação, já ressaltada por Eliane Tomiasi Paulino no seu prefácio da primeira edição, “está no fato de que outros camponeses, hoje nas terras do Contestado, têm à sua frente o mesmo inimigo de classe de outrora, cuja roupagem menos ameaçadora não o torna menos ávido na prática da rapina, que também adquire expressões diversas das de outrora, porque não se trata mais de exterminá-los para retirar-lhes a terra, mas de subjugá-los, como forma de extrair a riqueza que provém de seu trabalho empregado na terra e no que nela há, ao que se denomina sujeição da renda da terra ao capital”. Daí a razão de tentar remover da memória coletiva os fatos e conteúdos da Guerra do Contestado, que deve ser entendida, e não esquecida.