A publicação destaca filmes brasileiros (ou que tematizam tópicos daqui) e de países africanos dos chamados PALOP Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Uma conjunção esmerada para se relacionar com o mundo-cinema, afirmando comunidades periféricas e suas construções de imaginários e representações. Um apanhado crítico testemunhal da diferença e da invenção periférica. Os filmes brasileiros nordestinos, de diferentes lugares e tradições, ganham destaque e análises iluminadoras, fazem justiça a essa filmografia recente, premiada e vibrante e que oferece plasticidade, sonoridade e modos de pensar o mundo com sotaques tradicionalmente solapados pelo estereótipo televisivo. E vem da África lusófona, sob rasura, uma filmografia e um pensamento sobre cinema desafiadores. São estados nacionais que emergem após árduas batalhas contra o Império português e que refazem suas experiências no mundo, e tomam a imagem como elemento-chave de reposicionamento e ressignificação. Nos textos, enfatizam-se as dinâmicas recentes que envolvem os novos artistas, as políticas públicas de fomento e as questões teóricas desse contingente.