Este livro discute o Serviço Social na área da seguridade social e as implicações do processo de trabalho na saúde das(os) profissionais. Na primeira parte apresenta os dados sobre o trabalho profissional em todo o Brasil e, na segunda, as particularidades das regiões Sul e Norte. Discutir o trabalho profissional na seguridade social e o processo de saúde /doença a que estão submetidos é algo fundamental neste momento, não só pela abrangência destas áreas como espaço sócio-ocupacional do Serviço Social, mas também porque muitos elementos destacados perpassam o processo de trabalho profissional e são fundamentais para pensar a profissão como tal, seu papel e sua responsabilidade ético-política. Este é um livro exemplar para pensar o trabalho profissional, a saúde e seus nexos causais com a realidade concreta, o trabalho e o processo de adoecimento advindos dessa sociabilidade profundamente desigual. É um convite para visitar pesquisas coletivas feitas pelas universidades públicas, percorrer metodologias de pesquisa e análise de dados, e ao mesmo tempo se emocionar com depoimentos sobre a atuação profissional num país marcado pelo contínuo sucateamento das políticas públicas sociais. É também um convite à reflexão sobre as possibilidades a serem construídas, as resistências e principalmente, sobre a importância do legado profissional que convencionamos chamar de Projeto Ético-Político do Serviço Social. Raquel Santos Sant’Ana, FCHS- UNESP-Franca, SP. O que particulariza o trabalho no Serviço Social? O que os singulariza, quando analisadas as condições de trabalho em seus diferenciados espaços (público e privado)? Como a saúde vem afetando suas atividades, em uma era em que as malfadadas metas hoje se converteram no horroroso cronometro de Taylor? O cronômetro, em seu sentido mais abertamente coisal, fraturando literalmente o corpo produtivo do trabalho. Já o sistema de metas, que germinou durante a era toyotista e da acumulação flexível e se exasperou na era da financeirização, das tecnologias informacionais e do trabalho digital, com suas mistificações exacerbadas, exemplificadas limpidamente com o “novo” léxico corporativo, com suas ilimitadas resiliências e falseadas sinergias, que outra coisa não geram senão assédios, depressões, burnout, até chegarmos ao extremo limite do suicídio. Assim, Cativeiro Neoliberal é mais um belo exemplo da linhagem crítica que há tempos vêm caracterizando os estudos do trabalho dentro do Serviço Social, cujas organizadoras são figuras de destaque. Ricardo Antunes – UNICAMP.
Marca: Não Informado