Neste livro, surge diante do leitor uma analista livre. Profundamente inspirada por Ferenczi, Teresa, entretanto, nos traz introjetado o autor de modo que ele se faz “dela”. Conceitos clássicos da psicanálise – trauma, melancolia, narcisismo, sexualidade, sublimação, idealização, introjeção, histeria – se dobram e ganham um sopro de vida ante a clínica acurada e corajosa da autora, debruçada sobre os mais difíceis desafios, como a do mestre Ferenczi. E eis que vai se assomando naturalmente, no bojo de sua escrita, uma liberdade que, para nosso assombro, amalgama como que magicamente a assepsia dos conceitos com a poesia de significantes surpreendentes, como parnasianismo, escravidão do olhar, humilhação, ternura, perdão. Arte possível para poucos.– Flávio Ferraz