Bono

Jacob, heterônimo do autor, vivenciou o caminho de Santiago de Compostela como andarilho por terras espanholas, após passar por um grande desgosto em sua vida.
Percorreu o caminho orientando-se apenas por setas, de um vilarejo a outro: chegar, pernoitar e partir, dia após dia, trinta dias seguidos, frio, sol, chuva e neve, causando-lhe reações inesperadas.
Durante o caminho, teve a oportunidade de conhecer um pouco sobre a história da região, reviveu crises existenciais e conheceu andarilhos de grande parte do mundo, que também buscavam algo em suas almas.
Sentia-se estranhamente acompanhado durante a longa e exaustiva caminhada, como se estivesse sendo seguido por um gato imaginário, uma sensação suscitada quando gatos da estrada o olhavam, intrigados, como se lhe questionassem sobre sua vida. E se lembrava do seu Bono, incorporado nesse gato imaginário, numa espécie de entidade do seu inconsciente.
Ele o acompanhou na jornada que, ao final, mostrou que todos os caminhos se aproximavam do “lugar” do seu conhecimento, nas idas e vindas dos acontecimentos que partiram de sua decisão e também dos quais não teve controle, em um ato contínuo de reinícios.