Biografia De Uma Árvore É Poesia Incomum No Panorama Da Literatura Brasileira. Em Seu Quarto Livro, O Premiado Fabrício Carpinejar Completa O Ciclo Autoral Iniciado Com As Solas Do Sol (1998). Em Biografia De Uma Árvore, Fabrício Carpinejar Se Permite A Contorção De Ser Vegetal Para Se Experimentar Em Outra Dimensão, Fora Do Humano. Em Terceira Sede, Já Se Permitira A Contorção Cronológica De Se Projetar No Tempo E Se Experimentar Tão Velho Quanto O Futuro De Si Mesmo. Mas Para Além Dessas Metamorfoses O Que Sua Obra Sobretudo Quer É Ousar A Mais Ousada De Todas As Experiências, A Da Linguagem. Não Apenas A Praticada Como Estética, Tão Frequentemente Oca De Sementes. A Cada Livro, Através Das Interrogações Que Lança À Vida Em Seu Entorno E À Parte Oculta Dela Em Nós: A Sonhada, A Voo Sem Asas, A Agoniada Transparente, A Semilouca Dos Véus Nos Recobrindo, Fabrício Vai Se Chegando À Semeadura Do Grão De Onde Há De Nascer Ainda, Um Dia, Um Belo Dia, Aquilo Que De Mais Belo Nos Promete Em Bem Raras Cintilações, Aqui E Ali, A Literatura. Esse Aquilo Que O Humano Espera Desde Que É Humano Sobre A Terra: A Literatura Praticada Como Ontologia, A Palavra Praticada Como Vida. Seja A Nossa Alegria Constatar Que Com Ele, Fabrício Carpinejar, Outro Praticante Ancestral Do Mesmo Ofício, Manoel De Barros, Já Pode Agora Pousar Suas Aves Sem Repouso E Bicar Em Boa Companhia O Alpiste Da Ávida Palavra Que A Seu Modo Precursor Semeou Entre Nós. - Vicente Franz Cecim.