Este livro é resultado de uma investigação sobre os processos valorativos em dança como arte no Brasil, compreendendo os engendramentos pelos quais a dança enquanto campo se organizou, passando a ofertar serviços e produtos de modo constante a partir de um modelo, o Ballet Stagium. Por se tratar de uma companhia que desfruta de reconhecimento histórico no campo da dança, o texto analisa as narrativas dedicadas a legar a importância histórica ao grupo e os pilares em que se assentam tal processo, perpassando debates sobre memória, ditadura civil-militar e nacionalismo entre as décadas de 1970 e 1990. O trabalho se presta a examinar quais as relações entre crítica de dança, poder público e o Stagium que tornaram possível a companhia permanecer no tempo, entrelaçando acontecimentos históricos do período, as produções cênicas do Ballet Stagium e as representações sobre elas com um panorama geral da dança, para compreender a constituição e funcionamento de um campo da dança como arte no Brasil.